Marx, teórico do anarquismo, uma discussão a partir de Maximilien Rubel

Escuela de Cuadros - Programa 188 -
Marx, teórico del anarquismo (Jorge Beinstein)

Jorge Beinstein, teórico e militante argentino recentemente falecido, discípulo do intelectual e militante franco-ucraniano Maximilien Rubel (1905-1996), discute o texto do teórico francês que trata da categoria fundamental das lutas sociais modernas, aquela que une e separa o anarquismo e o marxismo históricos dos séculos XIX e XX, qual seja: noção e a prática da autoemancipação da classe operária e sua relevância para o contexto presente. 

A autopraxis dos oprimidos e explorados na superação das formas de históricas de opressão é a categoria que define a vertente revolucionária do socialismo, formado e desenvolvido no século XIX através das lutas proletárias de autodefesa contra a opressão capitalista. Em seu desenvolvimento o esforço centenário de autodefesa da classe trabalhadora culmina na Comuna de Paris: da defesa ao ataque, o combate universal contra o sistema de exploração visando a emancipação total da classe oprimida, isto é, a superação, a liquidação da ordem capitalista: a abolição do salariado, do trabalho feito mercadoria, e a abolição necessáriamente concomitante das formas hierárquicas de dominação, a destruição do estado. 

A partir desta noção fundamental é possível desvendar o segredo dos sucessos e fracassos das lutas pelo socialismo no século XX e suas consequências para o nosso tempo, como explica brevemente o analista: contrapondo-se à ofensiva neoliberal contemporânea as formas de luta e resistência mais eficazes são as que possibilitam a organização e iniciativa horizontal, autonoma e descentrada das forças populares.

Na América Latina o caminho da contestação dentro da ordem (institucional, jurídica, economica, etc) mostrou seus limites na crise atual com o capitalismo mafioso de Macri na Argentina, o neofascismo rastaquera de Bolsonaro no Brasil, entre outros exemplos, nos quais a "democracia" limitada, desnaturada e tutelada do período pós ditaduras militares na América Latina se desfaz como um castelo de cartas. 

O vídeo é parte do programa da Escuela de Cuadros da Venezuela país que sofre hoje uma violenta intervenção do imperialismo norte-americano em conluio com as "elites" locais e regionais e seus aparatos midiáticos. Como é habitual a ofensiva contra a soberania da Venezuela e os interesses e direitos da população é justificada com apelos pseudo-moralisadores sobre a "vida publica" e exortações hipócritas sobre a "democracia ameaçada" que de fato se traduz em apoio material e ideológico à extrema direita local e nada além. 

Um "conto do vigário" que se repete com a monotonia de sempre e no entanto que ecoa também junto a uma certa esquerda institucional e "bem pensante" aqui e alhures.

A tradução brasileira do texto "Marx, teórico do anarquismo"(1973) de Maxilmilien Rubel  pode ser lida aqui

Carlos Malavoglia