A Familia em regimem Communista 1919 Liga Communista Feminina



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atualizado 24/04/2017


O panfleto aqui reproduzido: A Familia em Regimen Communista, publicado em 1919, é assinado pela Liga Communista Feminina do Rio de Janeiro. Reúne três breves escritos sobre a questão da mulher e da família na sociedade. Textos polêmicos de defesa de concepções do socialismo libertário e ataque à ideologia burguesa e à estrutura social que impõe a submissão da mulher e, como consequência, a desigualdade e a hipocrisia nas relações entre os sexos, resultando em pressões e distorções na vida familiar. Distorções e pressões vinculadas e complementares às de ordem da sobrevivência material e portanto às identidades de classe e relações entre as classes sociais, que repercutem na educação das novas gerações.

O texto principal do panfleto é parte do diálogo No Café, do conhecido teórico e revolucionário anarquista italiano Errico Malatesta . Sobre a Liga Communista Feminina existem observações breves em algumas obras gerais como, por exemplo, as antologias de Edgar Rodrigues (de mérito pioneiro no material recolhido mas, em alguns aspectos, deficiente na abordagem e tratamento bibliográfico e científico).

Podemos afirmar que a partir dos anos 70 do século passado, o estudo sistemático da história do movimento operário brasileiro tem se desenvolvido de modo constante por iniciativa de pesquisadores e instituições várias. Ao mesmo tempo, é possível dizer que há ainda muito a ser feito neste campo de investigações que diz respeito diretamente e de maneira essencial  ao conhecimento da dinâmica histórica da realidade brasileira.

No momento em que vivemos, mais uma vez na história moderna da nação, a tentativa golpista das classes dominantes de contenção e reversão de conquistas democráticas e populares do período pós-ditadura, o conhecimento da história e seus dinamismos nos auxilia a entender os fundamentos sócio-históricos dos obstáculos à democracia em nosso país e as "repetições" trágico-farsescas das iniciativas reacionárias (mesmos métodos, mesmos atores) que nos assolam tal qual um mítico "retorno cíclico dos tempos". E, igualmente, nos auxilia compreender, como é próprio do conhecimento da história real, as possibilidades que se abrem de superação dos impasses atuais.

Pois o que nos ensina a história, além da extrema dificuldade ou quase impossibilidade de sua aprendizagem, é que a determinação pelo passado é, ao mesmo tempo, indeterminação do futuro, ou seja, o tempo humano não é "destino" mas obra humana e, como tal, como afirmava Vico, objeto de conhecimento e assim, na perspectiva histórica do socialismo, de ação consciente, a um tempo enérgica e paciente, no tempo, isto é, efetivamente e igualmente no aqui e agora e na longa duração: nas dobras do tempo, não mais compreendido como tempo linear, unidimensional, mas topologicamente. O que nos confirma ao mesmo tempo como herdeiros e contemporâneos das lutas passadas (-presentes) pela justiça e liberdade.

Com a presente publicação, inauguramos os CADERNOS DO GEHS - GRUPO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA SOCIAL. Os CADERNOS tem como objetivo divulgar os documentos do acervo do Círculo Alfa de Estudos Históricos, bem como contribuições de sua equipe de pesquisadores e demais estudiosos associados aos nossos objetivos.


Carlos Malavoglia, GEHS

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Sobre a Liga Communista Feminina consultar na rede o

Boletim Emecê,Rio de Janeiro, junho de 2009

Mulheres na Militância Anarquista (1900-1930) - Angela Maria Roberti Martins



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